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Rally dos Sertões - Aprenda a linguagem
por Assessoria de Imprensa - (imprensa@parisdakar.com.br)
22/06/2009


Rally dos Sertões
Foto: Divulgação


Nesta quarta-feira, dia 24/06, o Rally dos Sertões dá a largada de sua 17ª edição. Mas os "coelhos” Ricardo Mello e Nino Bernucci já estarão a centenas de quilômetros de distância, percorrendo o trajeto a ser trilhado pelos cerca de 130 veículos inscritos. Mello (44 anos) e Bernucci (46) são responsáveis pela última checagem do roteiro de 5.036 quilômetros determinado no trabalho prévio chamado de "levantamento”.

"Nossa missão é detectar modificações recentes no trajeto, já que o Sertões percorre estradas comuns e campos abertos”, explica Ricardo Mellol. "Pode ter caído uma ponte, alguém pode ter levantado uma cerca ou as chuvas podem causar uma grande erosão”. Tudo isso representa "curecas" (perigos) para carros, caminhões e motos trafegando em altíssima velocidade. "Nós avisamos a organização com bastante antecedência, para que ela possa decidir como evitar situações críticas”, completa Nico Bernucci.

"Coelho” é um termo retirado das corridas de cães, nas quais um mecanismo faz um boneco com a aparência de um coelho dispare na frente para que seja perseguido pelos competidores de quatro patas. Este é apenas um dos vários termos criados para facilitar a comunicação no mundo dos rallies.

A terminologia coleciona ainda outras analogias, como "costela” e "facão”. Outras terminologias derivam das abreviações encontradas nos livros de bordo (com indicações que ajudam os navegadores a indicar o caminho e a prevenir os pilotos de perigos, ou "curecas", à frente). É o caso de DEPS, vocábulo que corresponde a uma "depressão de poças secas” (formadas pela água das chuvas que secou e modificou o formato do piso).

Veja abaixo alguns termos do jargão cotidiano e do livro de bordo que são utilizados no mundo dos rallies:

Palavras de uso corriqueiro:
• Coelho – designa o membro da equipe que sai com três dias de antecedência (no Sertões) para checar possíveis imprevistos e mudanças no roteiro, como uma ponte caída, uma nova cerca ou buraco de grandes dimensões
• Concentração – Local nas cidades onde o rally "estaciona”, depois da especial daquele dia
• Costela – pequenas irregularidades no piso ou mini lombadas que, quando o carro passa em alta velocidade, dão a sensação de se estar trafegando por "costelas” gigantes
• Cureca – É a palavra para perigo. Possui graduação, indicada nos livros de bordo, que vai de 1 a 3 curecas. Antes, a graduação era indicada por caveiras (de 1 a 3), mas atualmente usam-se pontos de exclamação
• Deslocamento – trechos do rally entre uma especial e outra
• DEPS – Indica "depressão de poças secas”, resultado da ação da água da chuva em piso de terra que, quando seca, deixa deformidades no piso
• Especial – Trecho de alta velocidade, cronometrado, ou partes do roteiro onde a corrida é realmente disputada
• E3 – Simbologia usada internacionalmente nos rallies para indicar estreitamento de pista, vem do francês très étroit (muito estreito)
• Forfetar – Após o prazo máximo de chegada para dado veículo em determinado dia, há um período no qual o competidor deve entregar seu cartão de controle de horário. Universalmente, este prazo é de 30 minutos. Se perder o prazo, o veículo "forfetou”, ou seja, será penalizado com a perda do resultado conquistado naquele dia e cairá muitas colocações
• Levantamento – Determinação do roteiro do rally, realizado ao longo de meses de trabalho por uma equipe especializada da organização
• Lombas – Lombadas grandes que podem causar saltos violentos e quebra de elementos da suspensão
• Quebradeira – Trecho formado por piso com muitas pedras e buracos, geralmente em descida
• Piçarra – tipo de solo formado pela mistura de fragmentos de rocha, areia e outros, mas que conserva, ainda vestígios da textura original da rocha. Também chamado de tapururuca
• Prime – Disputa tipo ponto a ponto (sem formação de circuito) em alta velocidade. Muitas vezes é apenas uma exibição promocional
• Sentinel – Sistema que sinaliza eletronicamente ao veículo da frente que há outro mais rápido solicitando ultrapassagem. O dispositivo aciona uma luz no painel e um alarme sonoro. É usado geralmente em trechos poeirentos e de pouca visibilidade
• Spy – Equipamento que indica infrações, como excesso de velocidade em zonas de radar. Fornece dados sobre o percurso e indicações do comportamento do veículo naquele dia
• Super prime – Disputa em alta velocidade em circuito fechado (tipo um autódromo de terra), no qual os obstáculos são produzidos artificialmente (por trator, como morretes, depressões, curvas de raios variados)
• Zona de radar – Área de velocidade controlada através do Spy, geralmente em vilarejos e trechos perigosos
• Way point – coordenada geográfica para utilização no GPS. Indica pontos da rota a ser empregada pelo competidor
• Facão – Sulcos no solo formados pela passagem de diversos veículos, que acabam influenciando o rendimento dos competidores que vierem depois naquele trecho. São chamados facões tanto os sulcos quando a porção de terra, saliente, que se acumula entre eles


Termos utilizados no livro de bordo:
! - Cureca (perigo)
!! – Dupla cureca
!!! – Tripla cureca (risco elevado, baixar a velocidade ao mínimo)
D – Indica trecho de deslocamento, ou trechos do rally entre uma especial e outra
DEPS – Depressões na estrada de poça seca
EROS – Erosão na estrada
FZR – Fim de zona de radar
ITE – Início do trecho especial (cronometrado)
IZR – Início de zona de radar (velocidade controlada)
LAPE – Laje de pedra (piso de pedra onde o veículo irá trafegar)
LBD – Lombada dupla
MB – Mata burro
MBVCL – Mata burro com vão central longitudinal
PTVCL – Ponte de toras com vão central longitudinal
R-30 – Radar 30 km/h
V – Vila




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