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Lições e aprendizadopor Klever Kolberg - (imprensa@parisdakar.com.br) 15/08/2010
Apesar do etanol e da tecnologia Flex serem velhos conhecidos dos mecânicos e engenheiros no Brasil, em competição a experiência era com etanol, e não com um motor Flex, que não tem como sua principal qualidade a competitividade,mas sim a possibilidade de utilizar mais de um combustível, adaptando-se a diferentes misturas. Também é importante lembrar que no Dakar, as etapas são muito longas, exigindo autonomia e um grande tanque de combustível. Para dar uma idéia, o tanque da Stock Car, tem capacidade para 85 litros. Para o Dakar instalamos um de 560 litros, 6,5 vezes maior. Este volume e peso alteram todo o carro, influindo não somente no desempenho do motor, mas na estabilidade, dirigibilidade, na estética e até na resistência dos componentes, já que em um rally o piso não é liso como em um autódromo, são milhares de impactos durante o percurso. Inovação também quer dizer a aprendizado e ele já começou na preparação do carro. A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) estabelece uma série de regras e normas para a segurança. Não é novidade que temos de utilizar bancos concha, cinto de segurança 6 pontos, gaiola e vários outros equipamentos que apenas ajudam a diminuir os riscos e não a aumentar desempenho. O mesmo acontece em todo o sistema de combustível, onde o tanque, bombas, mangueiras e conectores devem seguir um padrão. No Brasil não há nenhuma empresa homologada para produzir o tanque. Por outro lado, as empresas estrangeiras credenciadas nunca haviam preparado um reservatório para receber etanol de cana de açúcar. Então tivemos de exportar etanol para eles realizarem testes. Seria muito mais fácil e confortável continuar com o que já existia. Durante a preparação, muitas vezes ao completar uma etapa do trabalho, percebemos que deveríamos ter feito de maneira diferente e melhor, mas não havia mais tempo para a correção. No Dakar, durante a prova e depois seguindo o percurso, colhemos uma série de informações, como consumo, temperatura do motor, desgaste dos pneus e também sobre o desempenho do carro. Todo este conhecimento adquirido foram lições apreendidas que já estamos utilizando na preparação deste protótipo que estou pilotando no Sertões. Por exemplo, percebemos que deveríamos melhorar o sistema de arrefecimento do motor (radiador, ventoinha e coifa). Então o carro para o Sertões tem agora um radiador maior; no lugar de uma ventoinha mecânica, duas vntoinhas elétricas, com uma coifa aperfeiçoada. Também conseguimos diminuir peso, baixar o centro de gravidade, adotar suspensão independente nas 4 rodas, alargar o carro e melhorar a preparação do motor. Mas é importante informar que há muito mais a fazer, mas devido a restrições orçamentárias, tivemos de definir as prioridades e focar as melhorias em alguns pontos. Vamos continuar aprendendo no Sertões, e chegar para o Dakar 2011 com um carro ainda melhor. Itens relacionados: »14/08/2010 Rally dos Sertões – Quarta etapa »14/08/2010 Klever Kolberg assume liderança no Sertões »14/08/2010 Rally dos Sertões – Quarta Etapa – 14/08 »14/08/2010 Terceira etapa do Rally dos Sertões »13/08/2010 Klever Kolberg se mantêm entre os top 4 no Sertões »13/08/2010 Ação social do Rally dos Sertões realiza mais atendimentos médicos »13/08/2010 Equipe médica do Sertões tem operação e logística militar »13/08/2010 Rally dos Sertões – Terceira Etapa – 13/08 |
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