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O gênio e a anta por Klever Kolberg - (imprensa@parisdakar.com.br)
11/08/2011


Klever Kolberg
Foto: Andre Chaco/Fotoarena


Já estou próximo de completar meus 50 anos. Nossa, tive de arrumar coragem para começar escrevendo isso. Graças a uma forte influencia do meu pai, sempre pratiquei esportes, não só como lazer, mas competindo. Antes de chegar ao mundo do rally, nadei, joguei basquete, tênis, fiz anos de judô, me apaixonei pelo surf, mas na juventude o sonho era chegar às olimpíadas jogando vôlei e hoje me encontro atrás de um volante.

São mais de 40 anos envolvido com a competição, um ambiente muito bacana, que me trouxe muitas alegrias, mas onde as decepções também fazem parte. Isso me deixou resiliente para saber perder e a tornar um mau resultado num aprendizado para evolução.

Neste meio século esportivo pratiquei esportes coletivos e outros onde você tem de suportar maior responsabilidade sobre seus ombros. Na natação, no judô, no surf ou no motociclismo, os louros da vitória ou a culpa da derrota sempre terão um alvo principal.

Já no basquete, vôlei, sempre tem mais gente aparecendo na foto. Lógico, existem momentos especiais, como num pênalti, mas nem quero falar muito sobre isso depois da recente Copa América de Futebol.

No rally temos uma situação um pouco diferenciada. No carro eu estou pilotando e seguindo as orientações e instruções do navegador, o Flavio França. Mas a própria máquina tem participação decisiva. Ela é o produto de um grande trabalho de muitos colaboradores. Assistia a um documentário da NASA, onde o astronauta disse: “400 mil pessoas estiveram envolvidas na construção deste foguete. Se uma não apertar corretamente um parafuso, eu posso pagar com minha vida”.

É, não se trata apenas de vitória ou derrota, já que é um esporte de tremendo risco. Confiança faz parte deste jogo. Mas quem poderá subir ao pódio ou se sentir no inferno, será a dupla piloto e navegador.

Brincadeiras a parte, em geral quando conquistamos o troféu, o piloto e o navegador são gênios. Mas como num casamento, o negócio tem de ser dividido na alegria e na tristeza. Então se falhamos, juntos, mais rápido que nosso carro, de gênios passamos a antas.



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