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O primeiro capote agente nunca esquece
por Klever Kolberg - (imprensa@parisdakar.com.br)13/08/2011
Aos 14 anos, junto com minha irmã, ganhei uma motocicleta 50 cc. Eu não tenho dados exatos, mas o trabalho que eu dava para o anjo da guarda cresceu bastante. Andava nas ruas de São Paulo, sempre no limite. Só de lembrar dá arrepios. Demorou bastante tempo até eu começar a participar de competições, isso foi em 1986, nas provas de enduro, época em que tomei algumas vacas inacreditáveis, provavelmente não tão famosas como aquele acidente de carro sobre uma ponte no Rally dos Sertões 2004. No linguajar das duas rodas, tomar um chão ou comprar terreno começou a ficar mais sério antes das primeiras provas. Decidi me iniciar na terra em 1985 com uma DT 180. Eu fiquei sabendo que muita gente se reunia para fazer trilhas em Alphaville, um condomínio residencial próximo a São Paulo. Tirei os espelhinhos e piscas da moto, coloquei um velho coturno, calça jeans e fui dar as caras no pedaço. Logo me convidei para seguir um grupo que de cara resolveu pegar uma trilha pesada, com a tal subida da pinguela. Paramos a uns 500 metros, já haviam algumas motos tentando superar o perigoso obstáculo. O primeiro da nossa turma não conseguiu, mas teve a manha de retornar são e salvo. O segundo subiu. Não parecia fácil, mas resolvi encarar. Quando fui chegando próximo ao barranco, deu para perceber que era bem inclinado, uns 200 metros de subida muito inclinada e com várias erosões no meio. Na cara e coragem acelerei, mas ainda no meio a moto foi perdendo velocidade, o pneu traseiro perdendo tração, em vez de subir comecei a descer, mas moto não dá ré. Eu não tive dúvida, acelerei mais e a moto empinou. Isso era tudo o que eu não queria naquela pirambeira. Nestas horas a moto parece criar vontade própria, mas como minhas pernas são grandes, consegui ficar montado no bicho, só que decidi tentar retornar, o que foi outra grande besteira, porque estava praticamente sem controle da moto, que bateu numa pedra e desci capotando. Por puro milagre não quebrei nada, mas a moral estava arranhada, já que o grupo de enduristas estava assistindo. Pelo menos naquela época não existia celular, nem câmera digital, porque seria um prato cheio para uma vídeo-cacetada. Não tenho a imagem, mas o primeiro capote agente nunca esquece. Itens relacionados: »13/08/2011 Quarta Etapa - 13/08 (sábado) »12/08/2011 Sertões: Valtra Dakar Eco Team tem dia de superação na chegada a Gurupi (TO) »12/08/2011 Terceira Etapa – 12/08 (sexta-feira) »11/08/2011 Sertões: Em 4º, Klever destaca dia de muita poeira e perigos »11/08/2011 O gênio e a anta »11/08/2011 Segunda Etapa – 11/08 (quinta-feira) »10/08/2011 Sertões: Em especial "puxada", Klever fecha dia em 7º »10/08/2011 Rally dos Sertões - Primeira Etapa - dia 10/08 (quarta-feira) |