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Competição x colaboração
por Klever Kolberg - (imprensa@parisdakar.com.br)
17/08/2010


Klever e Flavio no Sertões
Foto: Gabriel Barbosa/Foto Arena


Veja uma pergunta que ouço com freqüência: “num rally existe colaboração entre os competidores?” Acho um questionamento natural, afinal de contas é uma competição, onde um quer superar o outro.

Mas então o porquê desta dúvida? Ela nasce porque o percurso normalmente cruza lugares ermos, isolados, onde não há viva alma ou pouca chance de se encontrar apoio. Então em caso de acidente, paramos para ajudar um competidor ou seguimos em frente?

No Rally dos Sertões normalmente há um espírito de amizade. As equipes que estão disputando a ponta, naturalmente estão mais focados na vitória, mas no caso de um acidente existe uma regra clara. Como na maioria das vezes o primeiro a chegar ao local é o concorrente seguinte, havendo feridos, ele deverá prestar os primeiros socorros e acionar e aguardar a chegada da equipe médica. Se os danos forem apenas materiais, não há necessidade deste atendimento.

Antigamente isso, às vezes, gerava alguma dúvida de como agir, tanto por parte do concorrente que poderia fazer o primeiro atendimento, como também por parte da organização, na hora de acertar o tempo parado de quem ajudou.

Hoje a tecnologia deixou tudo mais preciso e claro. Com o monitoramento via satélite, a organização sabe exatamente quanto tempo foi envolvido neste tipo de situação, e o próprio acionamento dos organizadores também é mais rápido.

Mas também aconteceram outros avanços. O Dr. Clemar, responsável por toda estrutura médica no Sertões que o diga. Na primeira edição, 1993, em cima da hora ele foi consultado para montar a grande equipe, formada quatro médicos: ele e outro colega que fizeram o percurso de moto e outros dois num Lada Niva. Lembrando que na época não havia celular, nem a organização nem os competidores estavam equipados com rádios ou GPS. Mas o santo era grande.

Hoje a equipe já conta com 20 profissionais, alguns nos dois helicópteros, outros no acampamento ou nos carros da equipe técnica, além de um grande planejamento e muita experiência.

Klever Kolberg, piloto da Valtra Dakar Eco Team, já participou 22 vezes do Dakar, nove de moto, 12 de carro e uma como chefe de equipe. Ele escreve artigos exclusivos sobre os bastidores da maior competição off road do Brasil.


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