Klever Kolberg e Equipe Valtra no Facebook Klever Kolberg e Equipe Valtra no Twitter
Klever Kolberg e Equipe Valtra no You Tube Klever Kolberg e Equipe Valtra no Flickr
Notícias
Falta de comunicação por Klever Kolberg - (imprensa@parisdakar.com.br)
19/08/2011


Klever Kolberg - Rally dos Sertões 2011
Foto: David Santos Jr - Fotoarena


Ainda me lembro do meu primeiro Dakar. Ele aconteceu em janeiro de 1988, mas antes da largada tive de vencer talvez o maior rally de todos, para conseguir patrocínio e pagar as contas que são grandes. Só a inscrição já consome quase R$ 50.000,00 por pessoa. Este pré-desafio começou em 1997. Naquela época, que não era pré-histórica, conseguíamos viver sem internet, e-mails e acredite se quiser, sem celulares. Eu bati muita perna e gastei o dedo no disco do telefone para realizar o sonho de participar no então original Rally Paris-Dakar.

Já no deserto, além de toda dificuldade que é pilotar uma moto na areia, você está sozinho. O piloto também é o navegador, mecânico e o que mais aparecer você traça. Um dos meus grandes temores era me perder na imensidão de areia. Não havia GPS, utilizávamos a bússola magnética, de péssima precisão. A sensação é de estar perdido mesmo quando você está na rota correta. Medo o tempo todo.

Hoje, graças à tecnologia, hoje somos monitorados. No Dakar este aparelho também serve de rádio comunicador com a organização. Em caso de emergência dá para falar com alguém. No Rally dos Sertões ele apenas envia um sinal de pedido de socorro e transmite suas coordenadas a equipe de socorro.

Também já temos os celulares, e os telefones via satélite, já que andamos por regiões isoladas onde o sinal não tem cobertura. Já passei por várias situações. Graças a meu anjo da guarda, nunca precisei solicitar socorro devido a uma emergência médica, mas às vezes a máquina abandona o piloto, então você vai precisar de um resgate.

Depois de tentar de tudo, e como Magaiver só funciona na televisão, se transforma na platéia dos outros competidores, parado a beira da pista. Sem ter com quem falar, o silêncio só é quebrado pelo o ronco dos motores crescendo, passando e indo embora. Ou pelo zumbido das moscas.

Atualmente eu piloto carros. Tenho um companheiro fazendo a navegação. Os erros acontecem, mas se nos perdermos já tenho alguém para conversar. No Dakar sempre achamos melhor estar perdido junto do que sozinho. Como não dá para chamar taxi ou pedir carona para um camelo, nada como ter alguém para ouvir você lamentar o leite derramado.



Itens relacionados:
»19/08/2011 Sertões: Klever conquista o bicampeonato na categoria Etanol
»19/08/2011 Décima Etapa (última) – 19/08 (sexta-feira)
»18/08/2011 Sertões: Kolberg reassume liderança na Protótipos Etanol a uma etapa do fim
»18/08/2011 Nona Etapa - 18/08 (quinta-feira)
»17/08/2011 Sertões: Klever busca tirar diferença que o separa da liderança na categoria Etanol
»17/08/2011 A origem do medo
»17/08/2011 Oitava Etapa - 17/08 (quarta-feira)
»16/08/2011 Sertões: Kolberg é o segundo mais rápido do 7º dia
voltar para a página anterior | topo desta página | home do site

Klever Kolberg e Equipe Valtra no Facebook Klever Kolberg e Equipe Valtra no Twitter Klever Kolberg e Equipe Valtra no You Tube Klever Kolberg e Equipe Valtra no Flickr
www.parisdakar.com.br